sábado, 9 de novembro de 2013

Thebes - escavando risadas arqueológicas

Há muito tempo na minha "lista de desejos", Thebes (ou Jenseits von Theben) sempre me chamou a atenção pelo tema: escavações arqueológicas. Neste jogo, criado por Peter Prinz, os jogadores fazem o papel de arqueólogos em busca de artefatos valiosos. O que mais se destaca nesse divertido jogo é a mecânica que regulamenta o tempo - o jogador é quem controla quantas semanas ele irá perder em uma escavação ou em uma viagem pelo mapa, por exemplo. Outra coisa que marca é o fator sorte. Como estamos falando em escavação, claro que a chance de você achar só terra de um buraco é enorme, e isso pode desanimar gamers mais sérios - ou chatos mesmo - mas também arrancar risos da galera.



Mas como, afinal, acontecem as escavações? É muito simples: metendo a mão no saco! O jogo oferece cinco locais de escavação e para cada um deles existe um saco (de pano!), com artefatos de diferentes valores e, claro, terra (inútil e que certamente vai ser motivo de muita raiva e risadas durante as partidas). É com esses sacos que o jogador vai se divertir, tentando a sorte para conseguir peças raras. Mas não é só isso. O jogador pode também fazer exposições com os artefatos que conseguiu, o que lhe garantirá pontos no final da partida.



A mecânica é simples, bem simples. O jogador "anda" pelo mapa primeiramente em busca de livros. Passa por cidades famosas como Berlim, Viena, Moscou, Londres e Paris. Com os livros em mãos, os jogadores viajam aos sítios arqueológicos (Grécia, Creta, Palestina, Mesopotâmia e Egito) para realizar as escavações. Quanto mais livros, maiores são as chances de achar artefatos, em menos tempo. Se você conseguir muitos livros amarelos, por exemplo, melhores são suas chances na região do Egito. Fazendo referência ao tema, em 1900 (época na qual passa o jogo) os livros eram a principal fonte de informação sobre as civilizações e, por isso, são importantes para os arqueólogos. Quanto mais "estudos" o arqueólogo fizer por meio dos livros, mais condições ele terá de achar peças históricas!



Mas como funciona esse negócio de livro, e como que ele aumenta a chance do jogador de achar artefatos? Em Thebes, cada jogador tem um instrumento (um mostrador giratório) que lhe diz quantas peças pode tirar do saco, de acordo com a quantidade de livros que ele tiver, e também de acordo com a quantidade de semanas que quer gastar naquela escavação (a quantidade de semanas é escolhida pelo jogador). Quanto mais livros e mais semanas, mais peças poderão ser tiradas do saco - e maiores as chances de achar relíquias! Simples assim. As informações estão todas nesse instrumento giratório - basta cruzar as informações e ele te dirá quantas peças podem ser tiradas do saco.



Tudo no jogo se baseia no fator tempo, e isso é o que melhor funciona em Thebes. Achei genial essa mecânica. O tabuleiro tem uma trilha em sua borda, que vai de 1 a 52 - números que representam as 52 semanas do ano. Quando os jogadores derem a volta nessa trilha, o ano muda. O jogo se passa em três anos: 1901, 1902 e 1903 (não sou professor de História, mas acredito que sejam os anos em que foram feitas as principais escavações arqueológicas).

Tudo no jogo demanda tempo. Para pegar carta do tabuleiro gasta tempo. Viajar pelos países gasta tempo. Escavar gasta tempo. Tudo isso é marcado nessa trilha que eu falei.



Resta dizer que não são só livros que ajudam os jogadores. Na verdade, os livros apenas aumentam as chances de achar artefatos em menos tempo. Além dos livros, os jogadores contam também com a ajuda da população local (cartas que têm a mesma função das cartas de livro, mas que devem descartadas após o uso), de ajudantes (estudantes que são o braço direito dos arqueólogos, dando apoio nas escavações), pás (afinal, pra cavar elas são necessárias), meios de transporte (um carro velho e até um zepellin!, que permitem gastar menos tempo durante as andanças pelo tabuleiro), etc.
Resumindo, Thebes é uma luta contra o tempo. Quem conseguir achar mais artefatos e realizar mais exposições, no decorrer dos três anos do jogo, é o vencedor. No final da partida, todos vão somar o valor de seus artefatos, e também o valor das cartas de exposição. Quem tiver a maioria de artefatos em determinadas regiões de escavação ganha bônus de cinco pontos. 

Gostei bastante. Um jogo simples, com mecânica genial e que pode ser bastante divertido com os jogadores certos.


Textos frescos e despretensiosos

Antes de mais nada, quero dizer aos meus leitores, amantes de jogos, que meus reviews são sempre frescos e despretensiosos. Não, não é isso que você tá pensando: eu não sou fresco nem despretensioso, são meus textos que assim são ;-) Costumo escrever logo depois de jogar uma partida, ou ao menos após "simulá-la".  E não é fresco de "metido", e sim de "novo". :-)

Passei muito tempo só juntando jogos e hoje estou tendo a oportunidade de estrear muitos deles, graças aos amigos aqui de Atibaia, que formam o "Porão das Peças". Portanto, quero deixar claro que não me aprofundo nas regras, nem dou veredictos sobre os jogos, pois acho que devemos apenas "bater o martelo" depois de jogar bastante um jogo. 

Os meus textos servem pra dar uma noção geral do funcionamento de um jogo e a diversão que ele pode oferecer. Tento  passar ao leitor os tipos de decisões que ele irá enfrentar no transcorrer da partida, o tema em torno da mecânica, a profundidade estratégica e as possibilidades táticas. Não é meu objetivo esmiuçar as regras, nem dar todos os detalhes da mecânica do jogo, etc. Espero, no entanto, que todos estejam gostando. :-)