sexta-feira, 19 de junho de 2009

Minha pequeninha

Olhei nos olhos da minha pequeninha hoje, e nunca me senti tão velho. Mesmo ainda tão miúda, disse que estava apaixonada. Pai estranha isso. Ainda mais se for pai de primeira viagem. Ela fez uma carinha meio tímida e eu disse que era muito pequena pra pensar nessas coisas. Ela concordou. Ainda bem que ela não esconde isso de mim, pensei. Imagine só quando os marmanjos começarem a bater na porta de casa. É melhor que ela me dê logo essa notícia. Ficarei bravo? Vou ter vontade de esganar? No impulso, posso até pensar em fazer isso, mas tenho certeza que vou amolecer na hora “h”. A minha pequenina nasceu pra viver e os pais têm que entender que isso é coisa da vida. Num tem pra onde fugir. Chegará o dia que a pequeninha terá sua própria vida; o dia em que ela não será só nossa.

Acho que estou sendo um bom pai. Pelo menos tento. Apesar de algumas ausências e meu jeito meio (meio?) estranho de ser, tento sempre estar perto dela. Quer sempre brincar, e eu dificilmente nego. De cavalinho, super-herói, crocodilo que pega a sereia. Sempre tem uma brincadeira nova, mas também aquelas que se repetem sempre. Ela nunca enjoa, a imaginação parece sempre inventar mais um detalhe que não existia antes. Eu, com minha mente já de velho, tento acompanhar sem deixar transparecer o quanto é difícil acompanhar sua fantasia.

Hoje me senti bem velho, é verdade. E fiquei pensativo durante todo o dia. Minha pequeninha tá crescendo, o tempo passando e a vida mostrando que, graças à essa pequeninha, tudo vale a pena.

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