domingo, 14 de julho de 2013

Oasis - a luta pelo poder no deserto da Mongólia



Hoje deu vontade de aprender algo novo e... obscuro. Sim, obscuro. O jogo "Oasis", dos autores Alan Moon (o mesmo do famoso Ticket to Ride) e Aaron Weissblum (quem??), é praticamente desconhecido no mundo dos tabuleiros. Adquiri minha cópia já há alguns anos e nunca, até então, havia lido as regras com calma, nem muito menos feito uma learning session.



Pois então, acabei colocando a criança na mesa e simulei uma partida de três jogadores.
O ambiente do jogo é bem legal. Os jogadores são chefes de família na Mongólia (na região do deserto de Gobi) que lutam pelo poder na região. O tabuleiro tem uma aparência bem "arenosa", com espaços (quadrados) para colocação de tiles de estepes, rochedos, oásis e, claro, para os camelos. Aliás, os camelos são o charme do jogo, caprichosamente feitos de madeira.



O sistema é relativamente simples. Temos, aqui, um jogo de colocação de tiles e controle de área. Os autores do jogo também usaram as mecânicas de leilão e de manejamento de cartas.

No começo, o jogador tem um deck de cartas fechado (face pra baixo) e sua primeira ação é virar a primeira carta do topo, sendo esta sua oferta aos outros jogadores. Se achar que essa oferta é baixa (ou seja, desinteressante para os outros jogadores), ele pode virar mais uma ou duas. Todos os jogadores, na ordem do turno, fazem o mesmo: todos viram cartas de seu deck para oferecer cartas aos adversários, numa espécie de leilão.

É importante você deixar suas cartas atraentes para os  adversários, pois é a chance do jogador com o marcador de turno "número 1" escolher suas cartas e transferir, dessa maneira, o marcador para você. Munido desse marcador "número 1", você tem o direito de começar o próximo turno já colocando um tile de graça (extra) no tabuleiro.

Na ordem de turno, os jogadores vão escolhendo as ofertas (cartas) mais atraentes dos adversários e realizando as ações descritas nas cartas.

As ações são diversas: colocar tiles (de rocha, estepe ou oásis) no tabuleiro, obter marcadores de ponto (commodities, fonte de água, cavalo ou ovoos*), colocar camelos no tabuleiro, ou obter novas cartas para seu deck.

(*pausa cultural: "Ovoos" são locais sagrados para os mongóis. São uma espécie de altar, feito de pedras amontoadas - ou madeira, onde agradecem a natureza e pedem paz nas suas 'andanças' pelas terras desertas e rochosas).

Cada vez que você coloca um tile novo, que você ainda não tinha no tabuleiro, é obrigado a colocar um peão seu em cima. Por exemplo: se você colocar um tile de oásis, e você ainda não tiver nenhum no tabuleiro, você deve colocar o peãozinho em cima dele. Dessa forma, você vai marcando seu território, que, no decorrer do jogo, tende a se expandir. Aqui entra a "sacanagem com o amiguinho", pois você pode atrapalhar a expansão dele, cercando a área com os seus tiles.

Outra sacanagem que dá pra fazer é separar o "comboio" de camelos. Quanto mais camelos juntos, ligados horizontalmente ou verticalmente, mais pontos você faz no fim do jogo. Então, separar os camelos do adversário pode ser um boa pedida.

As cartas não têm nada escrito e possuem ícones bem grandes e de fácil entendimento. O jogo, em si, é bastante simples. Não há, para o jogadores, escolhas muito difíceis. Ele tem  que tentar escolher as cartas que mais lhe darão vantagem, sempre tentando escapar do cerco do adversário no tabuleiro.

No fim do jogo, os tiles são bem pontuados se o jogador tiver adquirido, no decorrer da partida, os marcadores de pontos relacionados. Se você tiver muitos tiles de estepe, fará muitos pontos se colecionou marcadores de cavalo; se tiver muitos camelos no tabuleiro, fará muitos pontos se adquiriu marcadores de commodity; e assim vai.

É um eurogame leve e rápido. Não há muitas escolhas para serem feitas: o jogador deve se virar com o que veio na ocasião, sempre tomando cuidado para, na hora do leilão, não munir o adversário com cartas que lhe beneficiem demais. Jogadores ocasionais podem gostar mais do que os gamers.

Eu gostei do "Oasis" nessa learning session de hoje. Acredito que com quatro ou cinco jogadores a partida fique mais "apertada", mais difícil de se ter controle dos acontecimentos (caótico?). Isso porque os espaços disponíveis devem ficar escassos demais, limitando a expansão das áreas dos jogadores. Pode ser que, desse modo, a partida fique mais tensa, coisa que eu gosto nos jogos...   :-)
Só testando pra saber...

2 comentários:

Fábio Leitão disse...

Comprei ele do Macri a preço de banana e nem esperava muita coisa...mas quando joguei...me surpreendi...ACHEI LEGAL !!
Só joguei uma vez...então não sei como é a rejogabilidade...mass toparia facilmente uma nova partida :DD

laskera disse...

Fabio, eu achei o jogo meio underrated no BGG. Ele merecia, pelo menos, um 7. Abraço.