quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Sonhos em pareidolia


Na minha mais robusta solidão

Abraço a música e exponho a cicatriz

Sem que lábios esboçassem sussurros

Pois a dor que invade está guardada.


Um sonho sonhado de olhos abertos, 

mas que sonho é esse, 

em que olhos abertos não veem o mar?


No remanso das ondas da saudade

Uma gaivota pousou na areia

Depois virou desenho de pareidolia.


Minha lembrança tocou a sombra 

Formada por seus cabelos

Que um dia cobriram meu rosto ao vento.


No profundo abismo d'alma

Nas partes mais abissais, enfim

Mora alguém que lembra do sorriso puro, 

de quando ainda era criança.


A lágrima que percorreu o rosto

Tentei disfarçar e não deu

Escorreu e parou na boca

À espera de um beijo teu.


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