sexta-feira, 20 de outubro de 2023

A guerra que não é minha

Na parede,
o pôster do Tio Sam
me chama
para a guerra.

Juro que a guerra não é minha,
nem lado ou exército eu tenho.
 
A única coisa que tenho
são alguns amigos,
familiares,
cão e gato.
 
Não quero ser mais um
nessa mentira que não
fui eu que contei.
 
Também não vou ser 
[mais uma] marionete
na mão dos poderosos.
 
Se me chamarem para a guerra,
pegarei minhas coisas e meus bichos
e vou me entocar em algum bunker.
 
Mas lembrei que não tenho um bunker,
então vou fugir para algum sonho,
onde se contam carneirinhos.

E se houver pesadelo
será só aquele de falar em público pelado.
 
Então, nem me chame para a briga
pois meu espírito é musical,
meu embate é passional,
com direito a pausa e trégua.
 
Não faço parte disso,
das atrocidades e desumanidades.
 
Todos devem ter
um canto tranquilo,
para brincar com cães e todos os bichos.

Onde se possa beijar e abraçar quem ama,
e onde a música ecoe por todo o lugar,
na simplicidade de quem é, simplesmente, feliz.
 
 

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